#8/Não dualidade - parte 2 Você não é quem você pensa.
- Cadu Lemos
- 1 de mai. de 2023
- 14 min de leitura
Atualizado: 5 de mai. de 2023

Na segunda parte do tema da 'não dualidade', iniciado na sétima edição de O Psiconauta, vamos abordar uma visão mais prática (com algumas linhas distintas) apontando caminhos possíveis para o vislumbre da consciência desperta.
Dentro da visão da não dualidade, a consciência desperta é a compreensão de que não somos nossa mente e corpo, estes são manifestações, como as nuvens que são passageiras, como a mente, o corpo, os pensamentos e emoções e o céu, a eterna consciência...
Essa consciência desperta representa um estado no qual nos reconhecemos como seres infinitos e intemporais, conectados à totalidade do universo.
Quando estamos conscientes dessa verdadeira natureza, nos liberamos da identificação com nossos pensamentos e emoções, e somos capazes de viver em um estado de paz, liberdade e amor incondicional.
A consciência desperta é algo que já está presente em cada um de nós, esperando ser reconhecido, como se nosso papel (ou o de uma prática) fosse o de afastar as nuvens que tampam a luz do sol. É a compreensão de que somos um com o todo, e que nossa existência é parte integrante da teia interconectada da vida.
De acordo com essa visão, a consciência é a essência de tudo o que existe, e não se limita apenas ao nosso corpo e mente. Ela está presente em todas as coisas, animadas e inanimadas e é o que nos conecta a tudo o que existe. Essa compreensão pode ser alcançada através de práticas como meditação, contemplação (processos mais longos) e a auto investigação ou auto inquirição, conhecidos como o caminho curto ou breve.
A não dualidade é um conceito central em muitas tradições espirituais, incluindo o Advaita Vedanta, o Dzogchen e o "caminho sem cabeça" de Douglas Harding, que já foi por diversas vezes comparado ao Zen Budismo.
Essa ideia de eu e o mundo sermos uma única e mesma coisa pode parecer estranha à primeira vista, mas muitos praticantes relatam experiências profundas de não dualidade. Essas experiências podem ser difíceis de descrever em palavras, mas costumam envolver um sentimento de conexão profunda com tudo o que existe.
Neste artigo, vou detalhar algumas práticas de não dualidade que podem ajudar a cultivar essa sensação de conexão e a despertar a consciência para a verdade da não dualidade. Tudo o que você está lendo aqui não é real. Só será, se VOCÊ experimentar.
A não dualidade deve ser experimentada para ser realizada, não conceitualizada. Embora possamos descrevê-la e discuti-la através de um texto como este, um video ou uma palestra, ultrapassa qualquer descrição. Ela é o que resta quando todos os pensamentos, técnicas e ideologias são transcendidos. A não dualidade é a paz, a liberdade e a felicidade absolutas, que residem em nosso próprio coração, livres de todo dualismo.
Para abrir essa reflexão, proponho algumas analogias que tenho usado há alguns anos para mostrar aspectos da não dualidade de maneira objetiva e prática:
A analogia com a tela do cinema:
Imagine nossos 'eus' individuais como personagens de um filme. Assim como os personagens de um filme não são reais da mesma forma que a tela é real, nossos eus individuais não são reais da mesma forma que a consciência subjacente ou consciência é real.
Um incêndio no filme, não queima a tela.
Ao reconhecer que nossos eus individuais são fenômenos temporários que surgem e desaparecem na "tela" da consciência, podemos aprender a nos identificar mais profundamente com nossa verdadeira natureza como a consciência desperta que está sempre presente.
A analogia do céu e das nuvens:
Outra maneira de entender a não dualidade é pensar em seu eu individual como sendo uma nuvem no céu. Assim como uma nuvem está sempre mudando e mudando, surgindo, passando, se dissolvendo, seus pensamentos, sentimentos e experiências estão sempre em fluxo.
No entanto, assim como o céu está sempre presente e inalterado, sua verdadeira natureza como consciência está sempre presente e inalterada, mesmo quando seu eu individual está em turbulência, ou seus pensamentos negativos como nuvens prenunciando uma tempestade, por exemplo. Ao reconhecer essa verdade mais profunda, você pode aprender a navegar pelos altos e baixos da vida com maior facilidade e equanimidade.
A analogia do instrumento musical:
Imagine seu eu individual como sendo um instrumento musical. Assim como um instrumento musical é capaz de produzir uma ampla gama de sons e melodias, seu eu individual é capaz de produzir uma ampla gama de pensamentos, sentimentos e experiências.
Mas repare, assim como o músico não é idêntico ao instrumento, sua verdadeira natureza como consciência não é idêntica ao seu eu individual. Ao reconhecer isso, você pode aprender a tocar a "música" da vida com maior habilidade e arte, enquanto permanece conectado à verdade mais profunda de sua verdadeira natureza como consciência.
Esses modelos mentais ou analogias podem ser ferramentas poderosas para aprofundar sua compreensão da não dualidade e cultivar maior consciência, compaixão e equanimidade em sua vida diária.
O que está lá, o que existe, o que fica, quando sua mente não está resolvendo nada??
Experimente alguns exercícios que podem ajudar a vislumbrar a não dualidade:
Observador e Observado:
Sente-se em silêncio e observe sua respiração. Observe como você é o observador e sua respiração é o observado. Agora, tente observar o observador. Quem é o observador? Essa pergunta pode ajudá-lo a perceber que você é mais do que apenas um observador, mas também faz parte do que é observado.
Identidade e Diferença:
Observe algo à sua frente, como uma árvore ou uma flor. Agora, observe como você se identifica com essa coisa e como você a separa de si mesmo. Tente imaginar que você é parte dessa coisa e que ela é parte de você. Isso pode ajudá-lo a perceber que não há separação real entre você e o mundo ao seu redor.
Pensamento e Realidade:
Observe seus pensamentos enquanto eles surgem na sua mente. Perceba como seus pensamentos são apenas imagens e palavras na sua mente e não a realidade em si. Agora, tente observar a realidade diretamente, sem a mediação dos seus pensamentos. Isso pode ajudá-lo a vislumbrar que seus pensamentos não são a realidade e que a realidade não é limitada pelos seus pensamentos.
Eu e Outros:
Observe como você se relaciona com as outras pessoas ao seu redor. Perceba como você se vê como um indivíduo separado dos outros e como isso pode criar conflito e divisão. Agora, tente se ver como uma parte de um todo maior, onde você e todos os outros são interdependentes e interconectados. Isso pode ajudá-lo a perceber que não há uma separação real entre você e os outros, mas que todos fazemos parte de um todo maior.
Lembre-se de que esses exercícios não são uma solução definitiva para vislumbrar a não dualidade, mas podem ser úteis para abrir sua mente e ajudá-lo a ver além das dualidades aparentes da vida.
As práticas da auto-investigação do Advaita Vedanta
O Advaita Vedanta é uma tradição espiritual que se originou na Índia há mais de mil anos. Advaita, significa 'não dois' (veja a primeira parte dessa série, aqui).
A principal prática do Advaita Vedanta é a auto-inquirição, que envolve questionar a natureza do eu e buscar a verdade da não dualidade. Um de seus expoentes, foi Ramana Maharshi, (1879-1950) um sábio indiano que viveu no sul da Índia.

Sri Ramana Maharshi
Ele é considerado um dos grandes mestres da tradição não-dualista do Advaita Vedanta, e sua vida e ensinamentos têm sido uma fonte de inspiração para inúmeras pessoas em todo o mundo.
Ramana Maharshi nasceu em Tiruchuzhi, uma pequena vila no estado de Tamil Nadu, na Índia. Em 1896, ele teve uma experiência profunda de morte iminente, que o levou a questionar a natureza da vida e da morte. Ele abandonou sua casa e foi para o Monte Arunachala, uma montanha sagrada, onde passou o resto de sua vida em meditação.
Maharshi ensinou a prática do Atma Vichara, que é uma técnica de auto-investigação que leva à realização do eu verdadeiro. Ele também encorajou seus seguidores a praticar a meditação e a viver uma vida simples e compassiva.
Ramana Maharshi faleceu em 1950, mas sua influência continua a ser sentida em todo o mundo. Seus ensinamentos têm sido traduzidos para muitos idiomas e têm inspirado inúmeras pessoas em sua busca pela realização espiritual e pela liberdade interior.
A auto-inquirição (Atma Vichara), começa com a pergunta "quem sou eu?" e prossegue com uma série de investigações sobre a natureza do eu. O objetivo é chegar à compreensão de que o eu não é uma entidade separada, mas sim uma expressão do universo como um todo.
O praticante é instruído a repetir essa pergunta em silêncio, mantendo a mente focada na investigação da própria natureza. É importante que a pergunta seja feita de forma sincera e profunda, sem se distrair com pensamentos superficiais.
Ao fazer essa pergunta, o praticante é convidado a buscar a fonte de onde surge a consciência de si mesmo. Ele é convidado a mergulhar profundamente em si mesmo, investigando a fonte da própria existência.
A resposta para a pergunta "Quem sou eu?" não deve ser uma resposta intelectual, mas sim uma experiência direta da verdadeira natureza do eu. Ramana Maharshi ensinava que a verdadeira natureza do eu é a consciência pura, que é a mesma em todos os seres.
Durante a prática, podem surgir pensamentos, emoções e sensações físicas. O praticante deve observá-los, mas não se apegar a eles. Ele deve manter a mente focada na pergunta "Quem sou eu?" e na investigação da própria natureza.
A prática do Atma Vichara é uma forma de auto-indagação que leva à realização do eu verdadeiro, que é a consciência pura. Através dessa prática, o praticante pode transcender a identificação com a mente e com o corpo, descobrindo a verdadeira natureza do eu e alcançando a liberdade interior.
Um exemplo de um vislumbre da consciência desperta que pode surgir da prática da auto-inquirição é a sensação de que tudo é uma única e mesma coisa. Quando se percebe que não existe separação real entre o eu e o mundo exterior, a sensação de identidade se expande para abranger tudo o que existe.
O Caminho Sem Cabeça de Douglas Harding - The Headless Way

Douglas Edison Harding (1909-2007) foi um filósofo, escritor e professor inglês que desenvolveu uma abordagem única para a investigação da natureza da consciência, conhecida como o "Caminho sem cabeça" . Ele é autor de vários livros, entre eles "On Having No Head", que descreve a sua abordagem única e direta para a prática da não dualidade. O livro é uma exploração profunda da natureza da consciência e da percepção, com foco na experiência direta da ausência de um "eu" separado.
A obra começa com a descrição da descoberta de Harding de que ele não tem cabeça, no sentido de que ele não pode ver a sua própria cabeça diretamente, apenas o mundo ao redor dela. A partir dessa percepção, ele desenvolve uma série de práticas simples e acessíveis, conhecidas como o "caminho sem cabeça", para ajudar os leitores a experimentarem a ausência de um eu separado e a vislumbrarem a consciência desperta.
Harding descreve como a nossa percepção é filtrada pela mente conceitual, que constrói uma imagem mental de nós mesmos baseada em pensamentos e conceitos sobre o nosso corpo, mente e identidade. Ele propõe que a prática da não dualidade envolve olhar diretamente para a experiência presente, sem a mediação da mente conceitual, e descobrir a presença livre e ilimitada da consciência pura.
Uma ressalva para os céticos: Pode sim, ser a coisa mais ridícula que você já leu. Ou a mais sábia...
O "caminho sem cabeça" envolve a percepção de que nossa usual sensação de um "eu" limitado ou uma "mente" em nossa cabeça é ilusória. Em vez disso, somos uma vasta consciência livre de formas ou fronteiras, que apenas contempla a aparição dos pensamentos, sensações e percepções.

Esta técnica envolve olhar diretamente para o espaço entre os olhos, onde imaginamos que existe uma "mente" ou "eu". Ao focar a atenção neste espaço vazio e penetrante, começamos a perceber que nenhuma mente ou eu realmente existe ali. Em vez disso, somos essa vasta abertura e amplo espaço de consciência em si. Nossa mente e pensamentos são meramente fenômenos temporários que surgem e desaparecem nesse espaço imenso.
Assim, o "caminho sem cabeça" é uma técnica de desidentificação e desligamento do pensamento, conduzindo a um estado de consciência ampla e livre de formas. Trata-se de uma abordagem não-dual que nos permite perceber nossa verdadeira natureza além do pensamento, da qual toda mente e personalidade emergem.
Outras técnicas similares de apontamento ou "pointers" são usadas em tradições como o Dzogchen do Tibete, o Taoismo, os koans do Zen e o Sufismo. Estas técnicas envolvem apontar a atenção diretamente para a natureza da consciência pura, livre de pensamentos. Isso pode ser feito através de instruções verbais diretas, do olhar, do toque ou de outras formas de apontar.
O objetivo é provocar um despertar súbito e penetrante para a nossa verdadeira natureza, transcendendo o pensamento discursivo. Estas técnicas de apontamento são vezes consideradas "não-duais" porque apontam diretamente para uma consciência ilimitada, sem recorrer a conceitos ou ideias. Quando realizadas corretamente, estas técnicas podem ser poderosas para despertar a consciência além do pensamento e do ego.
O ponto crucial em todas estas técnicas é a percepção direta da nossa essência, transbordando qualquer identidade limitada. Isso só pode ser experimentado, não conceitualizado.
Embora possamos falar sobre elas, as técnicas de despertar devem ser cultivadas através da exploração e exame diretos, e não através de ideias ou conceitos.
Harding propõe práticas simples e acessíveis que podem levar a vislumbres diretos da consciência desperta. Vamos agora detalhar algumas dessas práticas:
Apontando o dedo

https://headless.org/
A técnica do "dedo apontado" envolve usar o dedo indicador para apontar diretamente para aspectos da nossa percepção, chamando a atenção para sua natureza ilusória ou não-dual. Podemos apontar para fora para objetos externos, apontando para o fato de que não há separação real entre o observador, o ato de observar e o observado. Tudo emerge da mesma consciência fundamental.
Podemos também apontar para dentro, diretamente para a mente ou para o "eu", expondo sua natureza vazia e ilusória. Ao fazer isso, visamos conduzir a uma percepção penetrante da nossa essência subjacente, livre de qualquer sentido de um eu fixo ou limitado. O apontar é feito para provocar um insight súbito que transcende a dualidade usual de sujeito e objeto.
A mão e o dedo que apontam são usados como uma ferramenta de desidentificação, para nos desapegarmos da ilusão da separação e percebermos nossa natureza essencial de consciência ilimitada. No entanto, o apontar em si deve ser sutil e não forçado.
É feito para despertar uma realização natural e espontânea, não como um truque ou técnica mecânica.
Ao perceber como nossas categorias habituais de separação e identidade não têm base, podemos relaxar nossa adesão a elas e experimentar momentaneamente um estado de consciência ilimitada.
Ao usar o dedo que aponta, é importante ter em mente que estamos apontando não para objetos, mas para a natureza ilusória de nossa habitual percepção dualista. Nosso objetivo é provocar um insight que transcenda o pensamento dualista, permitindo que a sabedoria e o amor inerentes brilhem através. O apontar deve ser feito com compaixão, para beneficiar todos os seres. E deve ser praticado com regularidade para cultivar a percepção clara de que a Essência é ilimitada.
Com a prática contínua destas técnicas de apontamento, podemos gradualmente abandonar nossa adesão à ilusão da dualidade e descobrir a paz e liberdade da natureza não-dual. No entanto, isto só pode ser realizado a partir de dentro, através da exploração e da penetração direta.
O apontar é apenas uma ferramenta para facilitar esse processo de auto-descoberta.

Apontando para o mundo lá fora e para o mundo aqui dentro.
Mais algumas sugestões para usar a técnica do dedo apontando:
• Aponte para as emoções e sensações, mostrando como elas emergem e desaparecem na consciência fundamental. Isso pode ajudar a se desidentificar delas e perceber sua natureza ilusória.
• Aponte para os pensamentos enquanto eles surgem, para perceber como eles simplesmente aparecem e desaparecem na mente. Isso conduz à compreensão de que você não é os pensamentos.
• Aponte para a sequência causal de pensamentos e eventos, para perceber que nenhum deles tem uma existência separada ou intrínseca. Tudo é interconectado e emerge da mesma fonte.
• Aponte para as dualidades em sua percepção cotidiana, como dentro e fora, eu e mundo, vivo e inanimado. Isso enfatiza que elas são apenas construções mentais, sem base na realidade.
• Use o dedo apontando em combinação com a atenção plena e a contemplação penetrante. Aponte e fique atento ao que seu dedo aponta, discernindo sua natureza ilusória.
• Use o apontar em combinação com a autorreflexão profunda. Aponte para a mente que tenta se perceber a si mesma. Isso pode levar a uma percepção mais penetrante da limitação do pensamento.
• Pratique o apontar ao realizar atividades cotidianas, não apenas durante a meditação formal. Isso o ajuda a cultivar um olhar mais penetrante e não-dual na vida diária.
• Mostre ou ensine esta técnica a outros. Explicar e demonstrar o caminho sem cabeça para outras pessoas é uma maneira poderosa de aguçar sua própria compreensão.
O ponto crucial é praticar regularmente, com abertura e gentileza. O dedo apontando é apenas uma ferramenta - o que realmente importa é o desenvolvimento de uma percepção penetrante e clara da ilusão da separação.
Um curso completo em inglês, está disponível (juntamente com outras pérolas da não dualidade) no aplicativo "Waking Up" de Sam Harris.
Harris é um filósofo, neurocientista e autor americano que escreve e fala sobre temas relacionados à espiritualidade, meditação e filosofia. Embora ele não se identifique como um mestre espiritual, Harris é um defensor da meditação e da abordagem da autoinvestigação como ferramentas para explorar a natureza da mente e a realidade última.
Ele escreveu vários livros sobre esses temas, incluindo "Despertar: Um Guia para a espiritualidade sem religião". Em diversas de suas próprias meditações no aplicativo, ele menciona a técnica de Douglas Harding e no aplicativo também existe uma conversa gravada entre ele e Richard Lang.

O curso é composto por 27 sessões gravadas por Lang, que foi aluno de Douglas Harding e que dá sequência ao trabalho do filósofo inglês. Em 1996, Richard Lang cofundou a Shollond Trust, uma instituição de caridade criada para ajudar a compartilhar a visão de Harding o mais amplamente possível.
Clique aqui para acessar por 30 dias o aplicativo Waking Up. Normalmente são 7 dias, os 23 restantes são um presente aqui da newsletter... Vale explorar o conteúdo, é riquíssimo.
Essas são ideias e práticas profundas, que podem ser difícil de expressar em palavras, mas que podem ser cultivadas com regularidade. O ponto crucial é manter um espírito de investigação aberta, se questionando sinceramente sobre a própria natureza e percebendo diretamente para além dos conceitos.
A não dualidade, em particular, é uma realização que deve ser experimentada, não apenas contemplada intelectualmente. Requer uma quebra de perspectiva, abandonando nossas habituais categorias de pensamento para percebermos a unidade fundamental que nos cerca.
Agradeço a oportunidade de discutir essas ideias e compartilhar sugestões práticas. Esses textos, conversas e debates me ajudam a clarificar e aprofundar meus próprios entendimentos. Continue a explorar e a praticar estas técnicas com um coração aberto.
Embora simples, podem conduzir a grandes revelações e transformações.
Se tiver mais perguntas ao longo do caminho, estou aqui para discutir. O caminho espiritual é um caminho de investigação constante. Desejo-lhe o melhor em sua prática e no despertar de uma consciência mais livre e clara.
Na próxima edição de O Psiconauta, a parte 3 desta série, trazendo o conteúdo mais do que especial de filósofos e mestres contemporâneos e as características de suas abordagens. Alguns deles:
Rupert Spira - artista e mestre espiritual britânico que ensina a não dualidade através da filosofia Advaita Vedanta.
Mooji - mestre espiritual jamaicano que ensina através de satsangs (reuniões espirituais) e retiros.
Eckhart Tolle - escritor e mestre espiritual alemão-canadense. Sua obra mais conhecida é "O poder do Agora".
Adyashanti - mestre espiritual americano, ex atleta, que ensina a não dualidade através de palestras, retiros e livros.
Francis Lucille - mestre espiritual francês da filosofia Advaita Vedanta.
Loch Kelly - professor, autor e mestre espiritual norte americano que ensina a não dualidade através de uma abordagem conhecida como "open heart awareness", presença, consciência do coração aberto.
Além deles, mais materiais da querida Katryn (Katrijn van Oudheusden), em especial, trechos do ebook dela, sobre auto investigação. Nele, um exemplo gráfico de fácil compreensão, pode ajudar de forma muito rápida a vislumbrar a consciência desperta.
Spoiler ;) da próxima edição:
O que você vê aqui?

VER ATRAVÉS DA ILUSÃO
Isso é como uma mudança de identidade.
Em vez de se identificar com o conteúdo da Consciência (pensamento, sentimento, sensação, percepção), identifique-se como aquele que está ciente DO conteúdo.
Você fará isso naturalmente, pois ocorre espontaneamente. Pensar em fazer isso não fará com que isso aconteça de forma confiável. Tentar e se esforçar não vai.
Você já É o que é e reconhece que isso acontece quando acontece.
Então relaxe.
Desfoque.
Seja.
Veja as duas possibilidades do desenho acima:
Uma é de um cubo encaixado em um canto triangular.
A outra é de um canto cortado em um prisma.
AMBOS estão no desenho. Você não precisa adicionar, subtrair ou realizar nada para criar uma segunda visualização.
Simplesmente relaxe e foque do cubo para a imagem como um todo. Suavize seu olhar e a outra visão emerge.
Ambos já estão na imagem. É só uma questão de SABER.
Boas experiências e que o #flow esteja com você.
Até a próxima edição!
Sobre a newsletter
"Psiconauta" é uma palavra baseada em raízes gregas que se traduzem em “explorador da mente”. É uma mistura de "psico'', um prefixo usado para descrever processos mentais ou práticas como psicologia e termos como argonauta e astronauta, cujas “viagens e explorações dos mares e do espaço” evocam uma transcendência elevada ou espiritual. A ideia é mensalmente provocar, refletir e agir sobre temas da mente e espírito.
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Capa do livro "A flower in the desert" de David Lang, irmão de Richard Lang.
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